Mata Atlântica
Neste conjunto, são apresentados os resultados da simulação e espacialização, para o território da Mata Atlântica, da ocorrência potencial futura de inundações, deslizamentos, erosão hídrica, umidade do solo, zoneamento agroclimático, fitofisionomias e vetores de doenças.
No estudo Impactos da Mudança do Clima na Mata Atlântica é possível acessar a descrição da proposta conceitual e metodológica dos índices de impacto apresentados. Foram realizadas simulações dos impactos, a partir dos resultados dos modelos climáticos Eta HadGEM2-ES e Eta MIROC5, para dois cenários de emissões de gases de efeito estufa (RCP4.5 e RCP8.5) e quatro diferentes períodos de análise (1961-2005/ 2011-2040/ 2041-2070/ 2071 -2100). Cada impacto foi estimado segundo a sazonalidade que melhor o representa. Inundação, erosão e distribuição de fitofisionomias foram analisados em intervalos anuais. Deslizamento, distribuição de dengue, umidade do solo e zoneamento agroclimático, que apresentam uma dinâmica estacional influenciada pelo padrão das chuvas, são apresentados em intervalos trimestrais (Verão – DJF e Inverno – JJA).
As modelagens dos impactos da mudança do clima basearam-se na combinação de uma componente de natureza variável, associada a um parâmetro climático, e informações consideradas constantes, associadas a atributos do território tais quais declividade, proximidade do corpo hídrico, tipo de solo, tipo de vegetação e uso do solo. Os fatores explicativos do impacto foram georreferenciados, em formato raster, e normalizados, garantindo a comparabilidade espacial e a possibilidade de agregá-los em um índice composto ponderado.
Os dados foram apresentados tanto no formato absoluto, obtidos a partir da modelagem, quanto em relação a percentagem da variação em relação aos dados históricos (1961-2005). Para a região dos mosaicos Lagamar e do Mosaico Central Fluminense, a regionalização de variáveis climáticas para o grid 5×5 km, foi feita apenas para Eta HadGEM2-ES e RCP 8.5.
Orientações sobre o uso das informações dos cenários de mudança do clima
Diferente das previsões de tempo, um cenário de mudança do clima não é uma previsão. Um cenário climático é uma representação plausível do que o futuro pode vir a ser considerando um conjunto específico de premissas, tais como: condições socioeconômicas, emissões de gases do efeito estufa, forçante radiativa e a capacidade de representar numericamente o sistema climático. Os cenários climáticos são baseados em projeções, derivadas de modelos de clima, e modelos de regionalização, sujeitos a uma incerteza considerável, principalmente em regiões com escassez de dados observacionais. As incertezas são inerentes a qualquer projeção do futuro e não se limitam apenas à modelagem climática. Atualmente, o melhor método para quantificar as incertezas é utilizar o maior conjunto de modelos possível. Devido ao número limitado de modelos de clima usados nesse estudo, recomenda-se que os cenários gerados nesse estudo sejam complementados com cenários de outros modelos de clima. As conclusões não devem ser baseadas em uma única estimativa com base na média ou mediana dos modelos, mas sim na variedade de possíveis cenários de mudança do clima. Os usuários devem dar ênfase a variedade de cenários, ao invés de se prenderem a detalhes, como a alta resolução espacial, onde a confiança é baixa. Além disso, deve-se verificar a concordância dos cenários climáticos com as mudanças em curso, derivadas de dados observacionais. Um usuário deve procurar um especialista qualificado para auxiliar na interpretação das informações climáticas.
Aviso Legal (disclaimer)
As informações aqui fornecidas destinam-se apenas para fins técnico-científicos, informativos e não constituem aconselhamento ou serviço jurídico ou científico. A GIZ e o MMA não oferecem garantias ou representações, expressas ou implícitas, quanto à precisão ou confiabilidade dos cenários de mudança do clima contidos no relatório. Qualquer uso ou dependência do mesmo depende da discrição e responsabilidade, únicas e independentes, do usuário. Nenhuma conclusão ou dedução relacionada aos mapas deve ser atribuída a GIZ e ao MMA.
Representa a evolução do impacto potencial de inundação. Os resultados são apresentados em formato de índice (0-1), sendo que áreas com valor mais próximo a 0 representam menor propensão à inundação, enquanto que áreas mais próximas a 1 tendem à maior ocorrência de inundações. A inundação potencial foi calculada por meio do cruzamento de índices de extremos pluviométricos (R10 mm, R95p, CWD, RX5day), associados a indicadores de sensibilidade física do ambiente (ex. ordem dos cursos de água, declividade, distância horizontal e vertical em relação aos cursos de água). Os dados abrangem o período compreendido entre a linha de base 1961-2005, e a simulação para os anos 2011-2041, 2041-2070, 2071-2100 apresentados em intervalos anuais, calculados a partir das médias diárias das variáveis climáticas.
Representa a variação relativa (%) do impacto potencial de inundação, calculada considerando a diferença entre os valores médios históricos e os valores médios simulados para anos de 2011-2040, 2041-2070 e 2071-2100. Dados são apresentados em formato anual, obtidos a partir das médias diárias das variáveis climáticas.
Representa a evolução do impacto potencial de deslizamento diante da mudança do clima. Os resultados são apresentados em formato de índice (0-1), sendo que áreas com valor mais próximo a 0 representam menor propensão ao deslizamento, enquanto que áreas mais próximas a 1 tendem à maior ocorrência de deslizamentos. O deslizamento potencial foi calculado por meio do cruzamento da declividade e erodibilidade do solo, associado a eventos de precipitação intensa (R10 mm). É apresentado observando intervalos trimestrais para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA), sendo calculado a partir das médias diárias das variáveis climáticas.
Representa a variação relativa (%) do impacto potencial de deslizamento, calculado considerando a diferença entre os valores médios históricos e os valores médios simulados para os períodos de 2011-2040, 2041-2070 e 2071-2100. É apresentado em intervalos trimestrais para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA), obtido a partir das médias diárias das variáveis climáticas.
Representa a evolução do impacto potencial da erosão hídrica diante da mudança do clima. A equação é composta por parâmetros que representam o impacto das gotas de chuva e o escoamento superficial que são os agentes ativos da erosão hídrica. A unidade de medida é MJ ha-1 mm h-1y-1– Mega Joule ha-1 (Energia cinética da chuva) * mm h-1 (intensidade da chuva) por ano. Nesta modelagem foram utilizadas equações de erosividade sistematizadas para as diferentes regiões do país a partir de estudos publicados. Os dados são apresentados em formato trimestral para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA), sendo calculado a partir das médias diárias das variáveis climáticas.
A variação relativa (%) do impacto potencial da erosão hídrica, baseia-se em equação formada por parâmetros que representam o impacto das gotas da chuva e o escoamento superficial. A variação é calculada considerando a diferença entre os valores médios históricos e os valores médios simulados para anos de 2011-2040, 2041-2070 e 2071-2100. Os dados são apresentados em formato trimestral para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA), sendo calculado a partir das médias diárias das variáveis climáticas.
Representa a evolução da disponibilidade de água no solo diante da mudança do clima (mm3 de H2O/mm3 de solo). Essa estimativa é obtida considerando tendências nas variáveis precipitação e evapotranspiração, além de considerar dados atuais de uso e textura do solo. A evapotranspiração potencial representa a soma da evaporação da água à superfície com a transpiração das plantas. Os dados são apresentados em formato trimestral para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA), calculado a partir das médias diárias das variáveis climáticas.
Representa a variação relativa (%) do impacto potencial da disponibilidade de água no solo, calculada considerando a diferença entre os valores médios históricos e os valores médios simulados, diante da mudança do clima, para anos de 2011-2040, 2041-2070 e 2071-2100. Os dados são apresentados em formato trimestral para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA), sendo calculado a partir das médias diárias das variáveis climáticas.
Representa a evolução do zoneamento agroclimático diante da mudança do clima, apresentado em intervalos trimestrais para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA), calculados a partir das médias diárias das variáveis climáticas. Para a inferência acerca do estresse hídrico da cultura foi utilizado o Índice de Satisfação de Necessidade de Água – ISNA, obtido pela proporção entre o nível real e o nível máximo de evapotranspiração por cultura. A modelagem se deu a partir dos dados de umidade do solo que irão compor a equação para definição do coeficiente real da cultura (Kcr), além dos dados tabelados de coeficiente máximo da cultura (Kcm), e valores de evapotranspiração (Et0).
Representa a evolução do zoneamento agroclimático diante da mudança do clima, apresentado em intervalos trimestrais para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA), calculados a partir das médias diárias das variáveis climáticas. Para a inferência acerca do estresse hídrico da cultura foi utilizado o Índice de Satisfação de Necessidade de Água – ISNA, obtido pela proporção entre o nível real e o nível máximo de evapotranspiração por cultura. A modelagem se deu a partir dos dados de umidade do solo que irão compor a equação para definição do coeficiente real da cultura (Kcr), além dos dados tabelados de coeficiente máximo da cultura (Kcm), e valores de evapotranspiração (Et0).
A distribuição da dengue foi estimada através da combinação de parâmetros de exposição climática, associada à presença da doença e do vetor (Aedes aegypti) ao longo do território. No cálculo da exposição foram considerados o índice de suscetibilidade climática à dengue e seu vetor, gerado a partir da combinação de três indicadores: número provável de gerações do vetor, positividade para eclosão de ovos e potencial de infecção. Entre as variáveis de clima utilizadas estão a umidade, a temperatura mínima, a quantidade e frequência de chuva. No cálculo da sensibilidade foram consideradas informações sobre a densidade populacional e sobre saneamento. Os valores positivos indicam aumento do impacto potencial e os valores negativos redução do impacto potencial. Os dados são apresentados em intervalos trimestrais para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA).
Representa a variação relativa (%) da distribuição potencial da doença e do vetor (Aedes aegypti), calculada considerando a diferença entre os valores médios históricos e os valores médios simulados para anos de 2011-2040, 2041-2070 e 2071-2100, diante da mudança do clima. Dados são apresentados em formato trimestral para duas estações do ano Dez-Jan-Fev (DJF) e Jun-Jul-Ago (JJA), obtidos a partir das médias diárias das variáveis climáticas.
Representa a evolução potencial da distribuição espacial das fitofisionomias da Mata Atlântica diante da mudança do clima. A distribuição espacial de espécies arbóreas da Mata Atlântica encontra-se intrinsecamente ligada às características climáticas, principalmente à precipitação e à temperatura. A mudança na distribuição espacial de fitofisionomias foi simulada com base em relações geoestatísticas de fatores climáticos que interferem na ocorrência de determinadas fisionomias vegetais, sem considerar tendências de mudanças no uso do solo. Os impactos foram estimados através de um modelo que combina os parâmetros de exposição climática, sensibilidade biofísica e a ocorrência das fitofisionomias. O Índice (O-1) aponta áreas de menor (próximo de 0) a maior (próximos de 1) probabilidade de ocorrência da fitofisionomia de acordo com o clima. Foram avaliadas as seguintes classes vegetais: i) floresta estacional decidual; ii) floresta estacional semidecidual; iii) floresta ombrófila aberta; iv) floresta ombrófila densa; v) floresta ombrófila mista; vi) formações pioneiras; vii) ecótonos.
Não é possível calcular a variação percentual no potencial de ocorrência de fitofisionomias.