O projeto Mata Atlântica contratou, entre 2015 e 2016, o estudo Impactos Biofísicos Potenciais da Mudança do Clima na Mata Atlântica compreendendo diagnóstico de prováveis impactos da mudança do clima sobre o território da Mata Atlântica. Modelagens foram realizadas a partir de dados disponibilizados pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC-INPE), de regionalização de Modelos Climáticos Globais (MCG) a partir do Modelo Climático ETA-CPTEC, acoplado aos modelos climáticos globais HadGEM2-ES e MIROC5, para os cenários de emissões RCP 4.5 e 8.5, considerando o período histórico 1961-2005, como linha de base, e as projeções futuras para a média dos anos 2011-2040, 2041-2070 e 2071-2099.

Os dados de regionalização são disponibilizados em grid de 20×20 km para a Mata Atlântica (Lei nº 11.428 de 2006) e para partes das regiões Sudeste, Centro Oeste e Sul do Brasil, em grid de 5×5 km, sendo que este último contempla apenas o modelo ETA Hadgem2-ES e o cenário de emissões RCP 8.5.  Nesta resolução espacial foi possível detalhar os impactos da mudança do clima na Mata Atlântica para as regiões dos Mosaicos de Unidades de Conservação Central Fluminense e do Lagamar.  Os resultados são apresentados em formato absoluto, ou seja, as médias dos dados simulados para os períodos entre 2011-2040, 2041-2070 e 2071-2099; e dados relativos à variação entre as projeções futuras e os valores simulados para o período histórico (1961-2005).

O estudo Impactos Biofísicos Potenciais da Mudança do Clima na Mata Atlântica foi desenvolvido para responder à necessidade de avanço no conhecimento sobre os impactos territoriais da mudança do clima na Mata Atlântica (Lei nº 11.428 de 2006). As informações disponibilizadas podem subsidiar a definição de medidas de adaptação, principalmente baseadas em ecossistemas,  e a sua incorporação em políticas públicas e em instrumentos de planejamento e ordenamento territorial em nível regional e municipal.

Este trabalho possibilitou analisar no território o comportamento de variáveis climáticas importantes para o planejamento como: precipitação total (PREC), temperatura média a 2 metros da superfície (TP2M), temperatura máxima (MXTP), temperatura mínima (MNTP), umidade relativa a 2 metros de altitude. Também foram espacializados dados de eventos meteorológicos extremos como: dias consecutivos secos (CDD), precipitação intensa (R10mm), noites quentes (TN90p), ondas de calor (WSDI). Os resultados das variáveis climáticas e extremos climáticos foram utilizados para alimentar as modelagens de impactos biofísicos potenciais da mudança do clima na Mata Atlântica, desenvolvidas com base na combinação de variáveis climáticas, características biofísicas e de uso do solo do território.  Foram simulados os impactos potenciais à inundação, erosão hídrica, deslizamento, disponibilidade de água no solo, zoneamento agroclimático, ocorrência de fitofisionomias e distribuição da dengue.